terça-feira, 6 de março de 2012

FAMÍLIA: esta moda pega?


"Numa época em que uma noção errada de liberdade, muito divulgada, leva a não contrair vínculos e a quebrar com facilidade os vínculos contraídos, é oportuno recordar que a liberdade é, na sua forma maior, liberdade de nos amarrarmos. É esse o significado de "criar laços". (Paulo Geraldo)
Somos, em maioria, movidos por modismos. Adesivar carros com desenhos da família virou moda por afirmar família como nosso maior "porto seguro". Mas para esta idéia surtir efeitos para além da estética, é importante perguntar sob quais condições estruturais, sociais e culturais estão postas as nossas famílias, sob pena de frustrarmos as nossas expectativas para com elas, as famílias, e para com a referida moda.
A exaltação do amor pela família, por mais interessante que seja, por mais sucesso e adesão que já tenha ou venha a ter, pode contribuir para sobrecarregar a família, mais uma vez, com todo o peso da desestruturação social que o nosso mundo está produzindo. Não resolvemos mais os dramas das pessoas pelo discurso fácil da solução de todos os problemas passarem pela família. É a própria família que precisa ser resgatada e re-significada em seu papel e função social em nossos tempos.
O que a sociedade tem feito, através de suas instituições, é cobrar da família uma responsabilidade que ela sozinha não tem mais como arcar. Por estar fragilizada, envolvida em imensos desafios de convivência, a família reclama de cuidados, zelo e proteção, invertendo-se uma lógica sempre alimentada e projetada por todos.
A revolução industrial gerou nas famílias o primeiro grande impacto na medida em que homens, mulheres e filhos passaram a dedicar-se mais a seu local de trabalho do que a sua própria casa. Com a revolução tecnológica e da eletrônica, substituiu-se a convivência e o diálogo entre os membros de uma família pela escuta passiva do rádio, da televisão e da internet. Hoje, mais do que nunca, vivemos a afirmação de nossas individualidades a partir de um vazio existencial e histórico. Não contam mais a memória, a coletividade, a convivência. Conta agora sermos livres: sem vínculos com nada e com ninguém.
A família não é um produto para a gente oferecer como solução para os reais problemas do ser humano e da humanidade. Se ainda acreditamos nela como um "porto seguro", como referência para a vida pessoal e comunitária, precisamos investir nosso melhor tempo e nossas melhores energias para que ela possa cumprir com esta expectativa que temos dela. Esta é uma opção que a sociedade precisa fazer, garantindo todos os apoios, programas e investimentos que forem necessários.
O amor é a mais revolucionária das armas que a humanidade já construiu para gerar seres humanos livres, solidários, abertos, comprometidos com a permanente defesa e promoção da vida. Não acreditamos na mera verbalização deste nosso desejo de amar a família, mas acreditamos que possamos, de forma individual e coletiva, adotar posturas que promovam a convivência, a integração e a troca de saberes e de experiências no nosso ambiente familiar.
Promovamos a família como o melhor espaço humano para nos fazermos gente. Acreditemos que a família, ao ser vivenciada pela gente, também é promovida. Adesivemos nossos carros com as caricaturas de nossa família, mas não esqueçamos de comprometer o nosso coração, a nossa alma, as nossas energias. A família não é uma "moda passageira", mas é o espaço que criamos para nos humanizar. Humanizar é nosso maior trabalho humano.

* Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
Fonte: www.adital.com.br

Fé, devoção e emoção na passagem da Cruz da JMJ pela juventude de Canindé

Com muita expectativa uma multidão de jovens receberam no último dia 02 de março, sexta-feira, no Santuário de Canindé, a Cruz da Jornada Mundial da Juventude.
Com o coração cheio de fé, devoção e emoção os jovens acolheram e conduziram a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora pelas ruas de Canindé em direção a Basílica. A caminhada também foi marcada com paradas penitenciais no intuito de gerar reflexão para a juventude.
A primeira parada aconteceu em frente ao Centro de Apoio Psicossocial (CAPS AD), onde foi feita uma reflexão sobre o extermínio dos jovens pelas drogas e o que a juventude pode fazer para se prevenir contra as drogas e ao mesmo tempo suavizar a cruz de quem é dependente.
No Colégio Estadual Paulo Sarasate, em frente ao trecho onde já aconteceram muitos acidentes de trânsito envolvendo jovens, a reflexão foi sobre o perigo do trânsito para a juventude. Antes de chegar a Basílica de São Francisco, a cruz peregrina parou ainda na Prefeitura de Canindé e a idéia foi refletir sobre a falta de Políticas Públicas para os jovens.
Os que acompanhavam os ícones peregrinos ainda estavam com muita energia ao fim da caminhada encerrada na Basílica de São Francisco, e com uma bênção encerrou-se esse importante momento de evangelização para a juventude canindeense e da região desses sertões.

Fonte: Santuário de Canindé